sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Música Falada desvenda as fases de Carlinhos Brown



O cantor apresentou a banda Lateral Elétrica e relembrou momentos com a banda de rock Mar Revolto

Por Anne Pinto,


Sem hora para terminar, Antônio Carlos Santos de Freitas – o Carlinhos Brown - fez do Teatro Castro Alves sua casa. Cerca de 1.500 pessoas se emocionaram com as histórias do Carlito Marrón de uma forma mais intimista. Distante da loucura do carnaval, o show apresentado pelo projeto Música Falada - que completou ontem 14 de outubro sua quinta apresentação – desvendou fases do cantor. O próximo a participar do projeto é a Banda Chiclete com Banana no dia 05 de novembro.

De terno e chapéu branco, o Brown sambista, o Brown acústico e o Brown roqueiro relembrou momentos de infância vividos no Candeal, os batuques na caixa de picolé logo deslanchou para o timbal, instrumento que destacou o artista no mundo da música, “o timbal é o rebelde do terreiro”, afirma o cantor que contou como surgiu o “Brown” em sua vida. Inspirado nos líderes negros James e H. Rap Brown, Carlinhos afirma a libertação após adotar o codinome.

Um dos momentos mais emocionantes foi a participação da tia Alice, que assistiu o show do sobrinho pela primeira vez e fez o cantor relembrar da época dos Tribalistas, “vendo a tia Alice vejo a imagem de Santa Luzia”. Portadora de deficiência visual era Carlinhos quem acompanhava a rotina da tia “fui guia de cego na adolescência, guiei 12 cegos” afirma o cantor que se orgulha em dizer que foi a tia quem apresentou ele a música. A canção Velha Infância, sucesso dos Tribalistas foi inspirada na tão querida Tia Alice - “seus olhos meu clarão me guiam dentro da escuridão” – que logo fez seu primeiro pedido ao sobrinho “Carlinhos eu quero que você cante Velha Infância”.

Além da família, Brown apresentou pela primeira vez a banda Lateral Elétrica – banda formada nas laterais dos trios “era uma briga dos músicos pela lateral do trio, quando subíamos a praça Castro Alves era uma loucura”, conta. A banda de estilo de percussão sinfônica mistura guitarra baiana e violino, resgatando a sonoridade dos idos do trio elétrico.

Guiado pelos diretores do projeto: Jonga Cunha, André Simões e Fernando Guerreiro o show foi conduzido por surpresas, uma delas foi a banda de rock Mar Revolto, na qual Brown participou quando tinha 15 anos “ a primeira vez que subi em um trio elétrico foi com essa banda”, afirma o cantor que já prometeu um projeto com a turma do Mar Revolto para o carnaval 2009, “ não sei quando ficará pronto, mas ano que vem sai”.

Como já é de costume, Carlito atendeu aos pedidos do público e encerrou o show cantando seu mais novo sucesso “Garoa” e “Meia Lua inteira” de Caetano Veloso, na última o cantor se despediu e continuou cantando em direção ao camarim. O show ainda teve a participação de Celso e Arnaldo – representantes do bloco Apaches do Tororó, do Sr. Mateus dono da grave voz na canção “Ashansu” e do músico Mikael Mutti.


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