terça-feira, 30 de outubro de 2007

Uma hora de música com Taís Nader



Por Anne Pinto

Dia 01 de novembro às 21h a cantora Taís Nader é a convidada do programa “Outros baianos”, com o locutor e maestro Tom Tavares na Rádio Educadora FM. Em um bate papo animado e descontraído, Taís falará do seu Cd Apaixonante e novidades sobre a sua carreira. Além da entrevista o programa vai apresentar por uma hora as canções do álbum da artista.

Apaixonante, mescla canções suaves com toques de funck, reggae, samba carioca, romantismo e uma batida especial de berimbau.

Instituto FAzer & FAzer reuniu curiosos na caminhada sobre meningite



Familiares, amigos e apoiadores estiveram presentes em homenagem ao músico Fabrício Scaldaferri


Por Anne Pinto


Domingo ensolarado no Porto da Barra marcou a caminhada organizada pelo Instituto FAzer & FAzer. Com o intuito de divulgar a instituição, reunir colaboradores e informar sobre a doença, a caminhada teve apoio do Instituto Pedro Arthur que através de um abaixo-assinado propor a inclusão das vacinas contra a meningite bacteriana nos postos de saúde.

A caminhada que reuniu amigos, familiares e curiosos chamou a atenção e despertou para a importância da vacina contra meningite nos postos de saúde. No final, amigos de Fabrício Scaldaferri – o Fafá, músico vitima da doença, fizeram homenagem em forma de música e dança: grupos de capoeira, senhoras Ganhadeiras de Itapuã e amigos artistas como – Taís Nader, Gabriel Povoas, Jorge Zarath, Banda 5% e Banda Soul Grau se apresentaram no espaço cedido pela loja de instrumentos musicais 3º Tom.

A “Fazer e Fazer” – que era um sonho de Fafá, pretende promover o ensino gratuito de música às crianças carentes na região de Abrantes município de Camaçari/BA.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Show marca caminhada promovida pela instituição FAzer e FAzer


Por Anne Pinto

Um show com Taís Nader, Gabriel Povoas, Jorge Zarath, Banda 5% e Banda Soul Grau, encerra a caminhada promovida pela instituição FAzer & FAzer, no dia 28 de outubro - domingo - às 09h (o percurso é do Porto da Barra até a loja 3º Tom, ao lado do Clube Espanhol). A ação será uma homenagem ao musico, Fabrício Scaldaferi - o Fafá, que morreu (em 24 de julho) vitima meningite e têm a proposta de divulgar a instituição e informar sobre a doença.

Participa também da ação, o grupo folclórico “Ganhadeiras de Itapuã” e os grupos de capoeira - Kirube e Vadiação – ambos representantes dos bairros de Itapuã onde mora os familiares de Fafá. A caminhada ganhou a adesão do Instituto Pedro Arthur de Minas Gerais, que defende a inclusão e gratuidade da vacina para meningite na cartela infantil de vacinação. O instituto é ainda o responsável por promover judicialmente a garantia constitucional de direito a crianças lesionadas por meningite bacteriana, de poderem ter acesso e efetivarem o transplante de células.

A renda das camisas, vendidas a R$15 (quinze reais) na loja 3º TOM e na sede do EVA, será revertida à complementação da estrutura física da instituição FAzer & FAzer, entidade, idealizada pelo musico, que promove oficinas de música para crianças de 10 a 16 anos - na região de Abrantes, município de Camaçari/BA.

A caminhada tem o apoio do Grupo Eva, COMO Comunicação Integrada, da loja de instrumentos musicais 3º TOM, da Fortiori Camisetas, Rincão Gaúcho, Prefeitura Municipal de Camaçari e da A Flora Farmácia de Manipulação que doará saches de protetor solar.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Projeto FAzer & FAzer promove caminhada para informar sobre meningite



Por Anne Pinto


Em homenagem ao percussionista da Banda Eva, Fabrício Scaldaferi - o Fafá, que morreu vitima de meningite, a família do músico juntamente com amigos e o Projeto FAzer & FAzer, realizará no dia 28 de outubro - domingo - às 09h, uma caminhada que sairá do Porto da Barra à loja de instrumentos musicais 3º Tom (que fica ao lado do clube espanhol).

Na caminhada serão distribuídos panfletos sobre a doença que vitimou o músico aos 29 anos e a renda das camisas, vendidas a R$15 (quinze reais) na loja 3º TOM e na sede do EVA, será revertida à complementação da estrutura física da instituição FAzer & FAzer.

O Projeto idealizado por Fafá promove oficinas de música para crianças de 10 a 16 anos - na região de Abrantes, município de Camaçari/BA - em situação de risco e vulnerabilidade social. A caminhada tem o apoio do Grupo Eva, COMO Comunicação Integrada e a loja de instrumentos musicais 3º TOM e culminará com show com artistas amigos de Fafá, entre eles, Taís Nader, Gabriel Povoas, Banda 5% e Banda Soul Grau.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Taís Nader grava Clipe “Caiu no Mar” para projeto social da UNICEF



Por Anne Pinto

A cantora Taís Nader grava dia 29 de outubro a terceira etapa de seu clipe “Caiu no Mar”, com a participação do Coral das Crianças de Keiller Rego, para a Caravana da Música da ESPN Brasil. O projeto realizado pelo canal ESPN nasceu da experiência adquirida com a Caravana do Esporte (ESPN Brasil, UNICEF e Instituto Esporte e Educação) que comemora, desde 2005, a inclusão social via atividades esportivas de mais de 35 mil crianças.


A idéia do clipe surgiu durante os trabalhos da Caravana em Salvador. A diretora da ESPN Adriana Saldanha, ao ouvir a canção “Caiu no Mar”, composta por Taís Nader e Gabriel Povoas, os convidou para a confecção do clipe para inclusão na trilha da Caravana. A canção infantil conta história de um peixinho que morava no aquário e caiu no mar. “É uma maravilhosa oportunidade de não só mostrar nosso trabalho de composição juntos, que abrange músicas para crianças, como de aprender muito com este contato”, afirma Taís.


Para o cenário, a diretora escolheu locações no Mato Grosso do Sul, com crianças Terenas da Caravana Aquidauana, na cidade de Senhor do Bonfim, com crianças Quilombolas e cenas do casal gravadas na Praia de Piatã. Ambas comunidades são reconhecidas pelo UNICEF pelo baixo índice de desenvolvimento humano. A última etapa do clipe será gravada em Salvador, no dia 29, com a participação das crianças cantoras do Coral do Maestro Keiller Rego. Participam do coral, crianças de baixa renda selecionadas pela EMTURSA, que tem o coral como estimulo para irem à escola.

Vivire lança coleção infantil no Barrinha Fashion



Por Anne Pinto

Com suas coloridas, alegres e exclusivas estampas inspiradas nas praias de Itacaré, Trancoso e Arraial d’Ajuda, a marca baiana Vivire lança sua coleção infantil, dia 07.10 (domingo), no Barrinha Fashion, no Shopping Barra. A coleção intitulada “Vila de Sal”, já nas lojas, elege para a garotada, o sungão, para os gatinhos, e os biquínis largos, para as gatinhas em modelagens confortáveis e cores alegres.

Dentro do conceito balneário chic, a Vivire estréia a linha infantil pós praia na passarela do Barrinha Fashion, seguindo a coleção criada para adultos, que aterrissa nas lojas em novembro e foi toda criada em algodão, com looks que vão deixar a garotada ainda mais alegre e confortável no seu dia a dia. Na cartela de cores, o amarelo e laranja que representam o sol e o calor dos balneários, o verde refresh, o folha seca e o rosa azaléia, que homenageiam os elementos da natureza, sempre presentes nas coleções da marca.

A Vivire abre o Barrinha Fashion, às 15h, na praça Central do Shopping Barra.

Vivire lança segunda parte da coleção



Por Anne Pinto

Ao som de Márcia Castro, regado a Prosecco e com o cenário das belas paisagens de Praia do Forte, a Vivire apresentou dia 29.09 a segunda parte da coleção “Vila de Sal”. A estampa batizada de “Praia do Forte” traz desenhos de casinhas inspirados no pequeno vilarejo formado por nativos, pescadores e artesãos. Em programação paralela com o II Festival Gastronômico Tempero do Forte, o clima era de total sintonia ao cenário natural, cotidiano das cores praieiras. A próxima estampa será lançada em Novembro com desenhos inusitados do litoral baiano.

A Levi’s bombou a da Semana Iguatemi de Moda.



Por Anne Pinto

O Desfile da Levi’s ontem, dia 19 de setembro ferveu as passarelas do segundo dia da Semana Iguatemi de Moda, inspirados na Black Music a marca reforçou seu conceito jovem, diferente e único. Em clima de boate, os modelos transformaram a tradicional passarela em uma grande pista de dança.

Rompendo a seriedade dos desfiles de moda, o cenário era de total sintonia, três palcos espalhados na pista serviram de ponte para encenações no modo Dancin Day, modelos apresentaram looks arrojados e trouxeram o diferencial, mulheres negras usaram perucas louras no estilo Beyonce, enquanto o modelo João Paulo, da agência Star Model, teve seu dia de ator: fingiu ser DJ e embalou o som nas pick ups na torre da Levis. Enquanto do outro lado da passarela, Dj Márcio Santos mandava ver no som totalmente dançante.

O Ator Bruno Gagliasso e sua “branca”, a atriz e esposa, Camila Rodrigues, entraram no clima e comandaram a pista. No final do desfile o casal invadiu a boate e conduziu um trenzinho animando os convidados. Como diz Camila “o desfile foi à cara da Bahia, uma coisa quente”.

Humor, Elegância e Show na passarela do TCA




Por Anne Pinto

Segundo dia de desfile do Barra Fashion Bahia (14 de agosto), apresentou um mundo mix de moda, música e teatro. A Vivire a 5ª marca a entrar na passarela, trouxe a coleção “Vila de Sal” inspirada no balneário chic e nas praias do litoral baiano.


Caracterizada de Door “A Garota da Porta”, Alexandra Richter com seu jeito irreverente, debocha, satiriza e causa risos na apresentação da coleção. Ao som de “Ando Meio Desligado” na voz de Sandra de Sá, Pietra Ferrari, estrela da campanha, abre o desfile que traz cores, detalhes, acessórios e delicadeza. Em tons de cinza, branco, amarelo e laranja a marca exibe a cara da mulher baiana, um visual moderno, colorido e arrojado que envolve o clima praieiro do nosso litoral.

O que é o Festival de Verão para você?!


Por Anne Pinto,


Freqüentado pelos mais variados perfis de baianos e turistas, o Festival traduz a beleza do contraste entre cores e estilos, destacando a mesma linguagem, regida por um só objetivo: a música. Na mistura de ritmos, tribos, raças, culturas e sons que ecoam pelos quatro cantos do Parque de Exposições de Salvador, todo mundo é um só. Milhares de pessoas vão atrás da diversificada energia que se espalha entre tendas, arenas, camarotes e praças distribuídas pelo parque. Assim é caracterizado o Festival de Verão, um evento com a trajetória de nove anos, que abrange um amplo espaço que acolhe e adota multidões.


Em todo o espaço percebe- se as diversificadas batidas musicais que revelam a identidade da Bahia, espalhando os temperos especiais que apimentam a multidão. Encontros, gravações, shows internacionais, são algumas das emoções que as noites proporcionam e atraem as mais variadas tribos que se misturam através de tons, costumes, imagens e características que fazem da festa a alegria e o orgulho de que a Bahia é a terra da alegria.

Em meio à diversidade cultural que envolve o Festival, a cultura baiana não perde o encanto, a importância e o papel de representar a sua terra. Os artistas sempre buscam inspiração no artesanato, na fé popular e na cultura afro, fazendo combinações que envolvem personagens que reproduzem e refletem a história de Salvador. Com toda essa mistura cultural, o Festival não perde o encanto, a magia e a importância, representando a Bahia, e superando a energia de seu povo.

A Beleza do Rio Vermelho


Bairro dito boêmio e alternativo, pacato, cheio de bares, hotéis, pescadores e com muita história pra contar, faz o dia –a – dia dos moradores e turistas.

Por Anne Pinto.

O dia começa com a reunião dos pescadores na Casa de Iemanjá, a brisa do mar é a inspiração para começar o dia de pesca. Em seguida, caminha – se para a prática do banho salgado, atrativo irresistível desta praia em épocas antigas. É lá que acontece todo ano a tradicional festa de Iemanjá, no dia 02 de fevereiro, filhas e mães de santo, pescadores, turistas e curiosos homenageiam a rainha do mar (manifestação religiosa pública do Candomblé).


Depois, vêm os passeios nos diversos largos espalhados pelo bairro como, o Largo da Mariquita, localizado as margens do rio Lucaia, que também serve como ponto de pescadores e o Mercado do Peixe, espaço freqüentado antes, durante e depois da balada com funcionamento 24 horas ao dia, para desfrute de deliciosas comidas que vai do peixe frito ao famoso escondidinho. A tarde cai e chega a hora de visitar o Largo de Santana, onde se costuma dizer que existe o melhor acarajé da Bahia, o acarajé da Dinha.

A noite chega e requer uma cerveja no Boteco do França aguardando o horário do espetáculo começar no Teatro SESI, espetáculos leves, comédias românticas alegres noites de temporadas. O jantar fica por conta da Companhia da Pizza, estendendo a noite para o Twist ou se preferir, um local mais ligth como o Frankfurt bar tranqüilo, diversificado, onde mistura MPB com uma pitada de humor. Completando o passeio, a volta para casa segue pela beleza da orla, sentindo a energia dos baianos que vivem bem no paraíso que é seu litoral.


O porto de barcos de pesca que ilumina largos, barracas e belas construções do século XVII é a região que abrange grandes atrativos de infinitas variações. A quantidade de restaurantes e bares, onde são oferecidos vários tipos de comida, de baiana a japonesa que faz dessa mistura à diferença do amplo cardápio no percurso do bairro.


O passeio agradável segue em direção a Barra, caminhando pela orla, sentindo o conforto da areia nos pés, de olho nas ondas que se debruçam na beira da praia. Cerca de 50 bares convidam para saborear seus drinques, as esticadas nas boates podem ser substituídas por um amanhecer no Crepe da Cidade ao som da nova MPB que administra a serenidade do Rio Vermelho.


Os nativos, ditos como um dos atrativos da praia, se orgulham do bairro, tanto pelo veraneio, onde atraí grande quantidade de turistas, como pelas belas construções e pelo tamanho e qualidade de peixes. Dividido por várias praias, para eles o mar é a grande folia, é nele que conseguem o alimento para suas famílias. É comum encontra – los, pela manhã bem cedo ou no final da tarde, retomando com os frutos de mais um dia de trabalho.


Bairro de alma boemia, onde a ordem é mantida, caminhar pelo Rio Vermelho sempre é atraente. Logo pela manhã, encontra – se moradores fazendo sua caminhada pelas praias, indo à igreja ou a padaria, se organizando para começar o dia de trabalho. No decorrer da tarde, percorrem comerciantes, empresários, estudantes e observa – se o ponto de ônibus lotado a espera do seu destino, moradores de outros bairros se misturam à natureza local. Ao cair da tarde a concentração é nas barracas de acarajé espalhadas no bairro. A tranqüilidade retorna na calada da noite, quando ouve – se o barulho das ondas batendo nas pedras fixadas nas praias de Santana, Mariquita e praia da Paciência.


Endereço de personalidades como Jorge Amado e Zélia Gattai, Gal Costa, Juca Chaves, Caetano Veloso, entre outros, o Rio Vermelho agrupa também luxuosos hotéis no meio de belos casarões antigos. Um dos atrativos é a casa do escritor Jorge Amado, local onde estão guardadas as suas cinzas. A moldura do bairro é o que fascina a arquitetura preservada dos casarões, teatro, academia, boate, bares, restaurantes e algumas residências que ainda permanecem com a mesma estrutura, caracterizando o bairro pacato e de localização perfeita. Seria diferente imaginar o Teatro SESI sem a sua estrutura, teatro pequeno, aconchegante, a beira do mar, moldura de dramas, comédias e musicais por temporadas oferecidas para a sociedade.


Como todo bairro em Salvador, o Rio Vermelho abriga umas das 365 igrejas da Bahia. A centenária Igreja de Santana, localizada no Largo de Santana, perto da Casa de Iemanjá e ao lado dos tabuleiros das famosas Baianas de Acarajé. É um programa perfeito para o final da tarde, ir à missa, apreciar a paisagem da Praia de Santana, atravessar a rua e degustar as famosas iguarias da culinária baianas.


São muitas as atrações: Las Margaridas, restaurante mexicano, exótico pelo seu tempero, arquitetura e decoração. O Suco 24 horas, interessante pelo nome e pela mistura de cores. As lojas de bolsas, sempre em promoção atraindo seus fregueses. Boteco da Bossa, bar característico, com som ambiente em ritmo de bossa nova, lá se ouve de Tom Jobim a Elis Regina. Nhô Caldos, local onde promove encontro de tribos: alternativas, rock, rip entre outras, mistura de som pesado com a leveza do reggae. Colégio e Faculdade São Tomaz de Aquino, colégio de tradição do bairro. Esse colorido painel, que inclui restaurantes, bares, escola, biblioteca, lojas, lanchonetes, bancos, igrejas, bingos entre outros estabelecimentos, completa o ciclo de entretenimento comercial e lazer do Rio Vermelho.


Como diz o ditado “baiano quando não está em festa está ensaiando” o Rio Vermelho é o bairro onde se inicia a carreira de muitos artistas. Disponibilizando seus bares que garantem o alto astral junto aos amigos, curiosos e freqüentadores assíduos, em conjunto com o clima oferecido nas noites. A mistura de ritmos que vai do rock a bossa nova apresenta a diversidade cultural, atrativo de tribos que se espalham nos bares a procura da batida perfeita. “O Rio Vermelho nos proporciona a cultura, através das artes apresentadas no bairro” diz Dona Célia, moradora a vinte e cinco anos.


O orgulho, o prazer e a arte de viver no Rio Vermelho, inspiram moradores adeptos da beleza natural que fascina turistas e baianos. Mosaico de belas praias, exposição do dia – a – dia dos pescadores, tradição nas lavagens, espetáculo de religiosidade e beleza em homenagem a Rainha do Mar. Essa é a receita que faz do Rio Vermelho um bairro, sereno, boêmio e aconchegante, que acolhe nos dias frio e noites de fortes brisas a energia, o calor e a harmonia dos moradores e freqüentadores. Como diz o Senhor Francisco, morador antigo do bairro “Não moro em Salvador, moro no Rio Vermelho. Me orgulho de poder ver o crescimento do bairro em que fui criado, o desenvolvimento, a mudança das nossas paisagens nos emociona”.


É com esse orgulho que o bairro cresce, preservando as suas estruturas, características e tradição e servindo de orgulho para seus moradores que encontram inspiração na sua beleza.


segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Acarajé – um negócio de apetite.



O sucesso que vem da Bahia

Por Anne Pinto

A tradição, a religião e a cultura, são uns dos elementos que compõem o tempero que conquista turistas e baianos. Foi com essa mistura que surgiu a comida mais exótica da culinária baiana. No meio de cocadas, bolinho de estudante, abará entre outras iguarias, o acarajé se destaca pela sua cor forte e marcante, ligada as tradições religiosas dos negros, aguçando o paladar dos adeptos da famosa dupla: cerveja e acarajé.



Seguindo a tradição as baianas rezavam o candomblé que as filhas de Iansã dos terreiros da Bahia deveriam sair às ruas descalças, com suas indumentárias, como uma forma de devoção ao Orixá, e vender o bolinho original que tinha como acompanhamento apenas a pimenta. Essa é a grande razão da predominância de mulheres negras na atividade, que sofreu intensas modificações ao longo dos anos. Vender o acarajé era uma atividade religiosa e cultural e por motivos históricos, a atividade das baianas sempre esteve às margens da sociedade, apesar de seu processo cultural, muitas vezes extrapolado pela força da economia. Segundo a Bahiatursa são mais de mil bolinhos vendidos por dia, trazendo lucro para pequenos tabuleiros espalhados nas esquinas, praças e praias da cidade de Salvador. De acordo com os dados do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico - IPHAN são mais de 4.000 baianas registradas pela Federação dos Cultos Afro – Brasileiros, além dos “baianos” que já se destacam com 30 homens cadastrados.



Ampliando o crescimento no mercado, as baianas de acarajé disputam a concorrência com os homens que firmam no mercado tradicional feminino. Não desrespeitando a religião e tradição das baianas, os homens se destacam nos tabuleiros seguindo algumas regras para não descaracterizar a tradição. Trajados corretamente, usam a famosa e tradicional indumentária babá (a bata), o chocoto (calça) e o fila (gorro), tendo a não obrigatoriedade da cor branca, mas de preferência uma cor que retrate a higiene do serviço. Não são só os homens que devem seguir o traje, as mulheres devem usar para padronização do vestuário e dos equipamentos. Essas são as regras impostas pela Bahiatursa, seguindo a tradição das baianas. “Não vejo nenhum problema dos homens entrarem no nosso mercado de trabalho, tendo respeito e seguindo a tradição, por mim tudo bem” diz Dona Célia, baiana há 25 anos. A não obrigatoriedade de que a vendedora de acarajé seja adepta do candomblé, faz da Associação das Baianas seguir os preceitos da tradição mantendo a vestimenta sem descaracterizar a atividade. A evangélica Cristina Santos trabalha vendendo acarajé há mais de 15 anos e diz que é uma forma de sobreviver e que não vai parar de ganhar o sustento da família, ressalta.



Com seu tempero afrodisíaco, o acarajé descobre e desvenda mãos de encanto da capital baiana, três quituteiras de mão cheia surgem no mercado e deslancham com delicias apetitosas que fascinam baianos e turistas.



A quituteira Aldaci dos Santos, mais conhecida como Dadá, teve uma infância difícil e cedo demonstrou interesse pela cozinha. Iniciou sua carreira trabalhando em casas de família, vendeu mingau na praia e pratos feitos para venda (PF), hoje se tornando uma grande empresária do ramo. Com seu sorriso contagiante e tempero de dar inveja, Dadá conquista a clientela e expande seu negócio, muda – se para o Pelourinho (local mais conhecido da capital baiana) e abre outra casa na Orla, de onde seguiu com mais um empreendimento na Costa de Sauípe.



Há mais de quarenta anos funciona no bairro de Itapuã, o famoso tabuleiro de Jacira de Jesus Santos, a Cira. Nascida e criada no bairro, Cira faz de tudo até hoje como aprendeu com a mãe. No tempo em que a acarajé era só com pimenta, Jacira fazia de sua herança (uma panela pequena e um fogão de abanar, deixada pela mãe) o melhor bolinho do bairro, expandindo para outro ponto no Rio Vermelho. Ao contrário de outras baianas, Cira não pôdecontar com as amizades para divulgar o seu trabalho, através do boca – a – boca ( como ela mesma diz) o seu nome foi parar nos jornais e na TV, que através da divulgação, ao redor do seu tabuleiro foram surgindo outros quiosques que atendem os fregueses que não param de chegar.



Em 1955, Lindinalva de Assis, a Dinha aprendeu seu oficio com a avó, de lá pra cá a fila no Largo do Rio Vermelho não tem fim, são turistas e baianos a procura de um dos mais gostosos acarajés da Bahia. Tendo o tabuleiro como ponto de referência da cidade de Salvador, Dinha faz do seu ofício uma arte popular.



Uma atividade típica de mulheres negras, pobres e descendentes de escravos as baianas lutaram pelo reconhecimento na área de trabalho. Como boas fontes de informações para as iniciantes, a tradição passa de mãe para filha, aprimorando seus dotes, enriquecendo os Cultos Afro – Brasileiros e enfatizando o símbolo da cultura popular tradicional da Bahia. Hoje com a categoria valorizada e reconhecida pelo patrimônio às baianas desvendam o que tem em seu tabuleiro, o bolinho de sucesso que rende frutos e valoriza a cultura da Bahia.No momento do preparo e da venda, o bolinho de origem africana, feito de feijão fradinho moído, batido com cebola ralada, água e sal e frito no azeite de dendê, acontece o ritual entre as baianas, segundo a associação das baianas “a hora do preparo é uma hora sagrada”, diz Jandira Silva que feliz por ter seu ofício reconhecido como patrimônio imaterial do Brasil, garantem a tradição da cultura afro representada no ponto de vista artístico cultural e religioso.



Deixando a disputa por conta dos fregueses, as baianas encontram seguidores por todos os lados, a moradora dos Barris, Isabella Brito, cliente assídua da baiana Cira, não dispensa o acarajé mais crocante de Salvador, segundo ela, Cira exagera no recheio deixando o bolinho ainda mais apetitoso.



Após o registro no Livro dos Saberes - o acarajé - o mais famoso bolinho da culinária baiana, faz das baianas o orgulho da comida sagrada, trazendo respeito e valor nas suas atividades tradicionais. Conforme dados do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico – IPHAN o ofício da baiana de acarajé, um dos saberes e fazeres mais tradicionais da identidade cultural da Bahia e do Brasil, reconhece a tradição aplicada na comercialização da culinária baiana feita com dendê destacando o acarajé que desde sua origem, produção e consumo constituem práticas freqüentes e atualizadas no cotidiano da população.



A importância da técnica do preparo do acarajé representa um jeito de se aprofundar no cotidiano dos seus produtores, tanto para uso religioso ou profano. A decisão tomada pelo IPHAN é fundamental para a preservação da cultura e da identidade da Bahia, ter uma iguaria típica reconhecida depois de alguns momentos de queda, faz a alegria das baianas a seriedade da padronização zelando pela higiene na preparação e manuseio do alimento.




Reportagem e Entrevista: Anne Pinto Ribeiro.30.03.2006.

As cores da Feira de São Joaquim


Acorde bem cedo no sábado, coloque um chinelo e uma roupa bem leve, pegue a sacola e vá à feira de São Joaquim.



Por Anne Pinto.



Com quase quarenta e dois anos, a feira de São Joaquim localizada em Água de Meninos (antigo nome), na Cidade Baixa conta com um espaço físico de 34.00m2 e oito mil feirantes. Freqüentada pelos mais variados perfis de baianos, alguns até moram por lá e outros conhecem desde sua formação, que foi instalada no atual espaço em meados do século passado, por conta de um incêndio em 1964. Sua trajetória iniciada com a Feira do Sete, assim chamada porque ficava ao lado do sétimo armazém das Docas. No começo a feira era móvel, os produtos vinham do Recôncavo Baiano, eram dos mais diversos produtos: entre frutas e verduras, encontrávamos rapadura, farinha e artesanatos em geral.



Segundo a Idealizadora e organizadora do projeto Ação Emergencial da feira de São Joaquim, Petinha Barreto, juntamente com a Fundação Gregório de Matos, a feira está em processo de obtenção do título de Patrimônio Cultural Nacional. Petinha fala que a feira é fonte de inspiração onde foi feito um vídeo - Nos trilhos da feira- que já está pronto a espera da reprodução. “ O vídeo mostra todos os relatos da feira e as ações feitas pelo projeto, onde vai ajudar os feirantes na conquista de obter o Patrimônio”. O coordenador da feira, Joel Anunciação ressalta a luta dos feirantes pelo registro da feira, “ nós temos medo de que acabem com a nossa tradição, a população quer transformar a feira em um mercadão”, por isso a preocupação dos feirantes que tem a feira como meio de sobrevivência.



Nos corredores nota – se em seus nuances rotineiros músicas de todos os etilos, feirantes anunciando promoções, o povo falando e comprando, entre outras observações possíveis a olho nu. Com uma comunicação variada, a feira traduz o choque de cores ali presente, destaca a linguagem do cotidiano – regida pelo dito popular de função extremamente apelativa. “ Vem comprar barato freguesa”, anuncia José Santos feirante à 20 anos, a frase mais comum ouvida na feira, faz a propaganda das barracas de frutas, verduras, artesanatos entre outros. Atraindo clientes pelo jeito de propagar seus produtos, os feirantes recebem saldo positivo, “acredito em outras estratégias para atrair e conquistar os meus clientes, ofereço uma amostra gratuita do meu produto e eles acabam levando”, ressalta dona Joana que ainda acrescenta que a feira é um dos pontos mais tradicionais do comércio da cidade de Salvador.



A feira que na época era controlada pela Prefeitura para não estabelecer ponto fixo, obteve um crescimento espontâneo onde marcou a diversidade das instalações, que atraiam turistas pelas suas especiarias locais e pela proximidade do cais em plena atividade. Em meio a tantos boxes, barracas que vedem folhas para banho, colares, produtos de barro, artigos que expande a cultura baiana e a fé popular, a pluralidade aliada a preços baixos, que fazem da Feira de São Joaquim o lugar tão visitado e recomendado para quem chega a capital baiana.


Há anos como centro semi-atacadista, a feira resiste ao oferecer os menores preços da cidade, precisando de melhora na infra – estrutura, a feira possui um circulo de relações reconstruídas e acomodadas através do tempo e pelos abalos modernizadores da sociedade global, tornando- a única no gênero com sua importância inegável.



A mistura de sons, cores e penduricalhos que envolvem a feira fazem à rotina das pessoas que circulam pelas vias de São Joaquim começar antes do sol aparecer. Corredores que enchem os olhos dos fregueses e turistas que chegam ao local, fazendo refletir a história de Salvador. Como patrimônio cultural da Bahia a feira folclórica funciona para a cidade ou como atração turística.




Feirantes nativos desde a década de 20, filhos de feirantes criados na feira, antigos empregados e atuais patrões, hoje são donos de empreendimentos familiares, que percebem a mudança e etapas da feira, onde existem suas tribos e mundos distribuídos no labirinto de barracas. Mundo este de atividades clandestinas e marginais que se misturam no relacionamento colorido entre frutas e verduras diante da sociedade, é uma comunidade sujeita a inovações e mesmice.



Guardando a tradição e construindo personagens, São Joaquim reproduz o antigo mercado, símbolo cinematográfico onde se encontra ouro, alimentos, artes, animais entre outras especiarias. “Na feira tem de tudo o que está exposto e sempre é negociado, e o que não está sempre tem outra forma de comercialização” afirma dona Raimunda Dantas, freqüentadora da feira desde a época que vinha com a mãe.



No meio aos boxes encontra – se um ambiente atraente e religioso. Com a mistura de índios , negros, mulatos e brancos percebe – se a religiosidade nas barracas, nos produtos e na relação dos clientes e feirantes. Surgindo o dualismo, a junção do sagrado e do profano a descoberta do moderno e do arcaico, exemplo claro na feira de São Joaquim que em suas formas tradicionais pode – se encontra a relação de produtos artesanais (santos, colares, panelas de barro etc.) com os produtos industriais ( vídeo games, jogos, aparelhos eletrônicos etc.). Apesar da mistura a feira não perde o encanto, a importância, o papel de representar a Bahia. Torna – se diferente por superar a carência do povo baiano.



Senhor Silva, taxista e freqüentador da feira de São Joaquim, dar dicas para quem vai visitar a feira : “não se preocupe com o estacionamento, é bom aderir do ônibus ou do táxi, divirta – se com a mistura de feirantes, artistas, poetas, escritores e fregueses que se envolve na mais colorida feira do estado, boa sorte e volte sempre!”




Reportagem e Entrevista: Anne Pinto.Fonte: Feira de São Joaquim, Fundação Gregório de Matos e Projeto Ação Emergencial da Feira de São Joaquim.21.04.2006.