quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Formada em Artes Gráficas, Margareth Menezes cantou e contou sua intimidade no Música Falada

Fotos: Edgar de Souza


A cantora relembrou momentos marcantes como seus shows com David

Byrne

Por Anne Pinto,



Tímida e sempre sorridente, a multifacetada Margareth Menezes começou o show da terceira edição do Projeto Música Falada, repetindo a cena ao subir pela primeira vez no palco do Teatro Castro Alves, aos 12 anos de idade. Recitando o poema “Poeta” - de sua própria autoria - a cantora desceu as escadas do TCA, relembrando as aulas com professor de teatro Reinaldo Nunes. Longe da folia dos blocos, o show intimista desvendou fases da afropopbrasileira e revelou um Margareth bem humorada.

A primogênita da família, Menezes da Purificação, relembrou momentos da infância vividos no bairro da Boa Viagem, as canções do coral da igreja, as aulas de teatro, viagens nacionais e internacionais e o surgimento dos primeiros grandes sucessos - Faraó, Elegibô e Alegria da Cidade. A primeira cantora baiana dessa geração a fazer sucesso fora do Brasil, também contou casos engraçados da convivência com o cantor escocês David Byrne. “Não sabia nada em inglês, só a letra da música. Ficava do lado esquerdo do palco, colava a letra no chão, até que um dia David sambou de propósito em cima dos papéis, rasgou tudo e acabou com o truque. Sabia a letra, mas me sentia insegura e ele sabia que eu não precisava da ‘cola’”, revelou Maga às gargalhadas.




O momento mais íntimo do show foi o encontro da família, os irmãos: Rita, César, Osmar e Aline; a mãe Dona Diva e o tio Carlito; formaram um samba de roda e junto com Maga cantaram as canções, “Ilha de Maré” e “Água no Mar”. O cunhado Jackson Costa também fez uma participação encenando um trecho da peça que Margareth participou nos tempos de atriz. Além da família, os amigos Xangai, Saul Barbosa e Roberto Mendes foram prestigiar a amiga e relembrar parcerias formadas ao longo de sua carreira.






Guiados pelos diretores do projeto: Jonga Cunha, André Simões e Fernando Guerreiro, o show foi conduzido por surpresas, como a participação do Coral da Congregação Mariana da Boa Viagem, no qual Maga participou quando tinha 14 anos, dando inicio a carreira de cantora. “É emocionante, me lembro cantando como eles, alguns aqui ainda são da minha época. O professor é o mesmo”, disse com a voz embargada.




Maga encerrou o show com muitos pedidos feitos pelos fãs, com um pout pourri de Samba Reggae de sucessos nesses 22 anos de carreira. A afropop levantou o Teatro Castro Alves com sua voz marcante e os fortes batuques da percussão. O show ainda teve a participação de Djalma Oliveira, autor de Faraó, Toinho Batera, Guiga Scott e Letieres Leite. O próximo artista a participar do projeto Música Falada 2009 é o tropicalista Gilberto Gil, no dia 01 de setembro.





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