quinta-feira, 30 de agosto de 2007

A “Vingança” de volta aos palcos baiano.





Após uma pausa de 3 anos o grupo volta com sucesso total





Por Anne Pinto



O grupo de teatro “Os Específicos” que surgiu em 1999 na Bahia, exclusivamente em Salvador, traz Cláudio Simões, Paula Hazin e Bubba de Campos, onde seguem uma linha de comédia, que permite atingir o público através da química coordenada pelos três.

Eles são da geração pós anos 80 do teatro baiano, onde era possível o boca a boca para se manter em cartaz. “Os Específicos” nome que caracteriza o trabalho do grupo em comédia, volta em cartaz com um dos seus grandes sucessos “Vingança, vingança, vingança” um espetáculo feito com paixão, vontade e desejo de realização. Bubba fala que a palavra do grupo é alegria, e Paula completa que: “Trabalhar a particularidade da linguagem é a maneira de nos relacionarmos, seria muito estranho se fizéssemos outro gênero”.

A peça estreou de forma diferente, a primeira temporada veio modificar a rotina dos baianos, de forma ousada estrearam a meia noite com casa cheia, a segunda temporada em 2000 as 21:00h repercutindo o mesmo sucesso da primeira, em 2001 com a terceira temporada eles viajaram para o interior da Bahia, chegando em Aracaju, conquistando o público sergipano. Retornando em 2002 com a temporada no teatro ACBEU, quando fizeram uma pausa de dois meses por motivos pessoais e profissionais e foi ai que surgiu à vontade de experimentar outros textos e descobrir outras comédias. Chegando aos palcos com Setembrina, comédia escrita por Claudio Simões, que caracteriza a história de um grupo teatral, composto por duas atrizes e um diretor, em busca da montagem de um novo espetáculo. É uma peça dentro de uma peça, trazendo Claudio Simões e Bubba de Campos (interpretando personagens femininos) e Paula Hazin (vivendo um personagem masculino). Ficaram em cartaz, chegando a duas temporadas em um ano e meio.

Em seguida de cinco temporadas, a peça “Vingança, vingança, vingança” retorna aos palcos baianos, onde trabalha com histórias do relacionamento humano, relações de família, depressão do homem contemporâneo, vários assuntos e temas de uma forma engraçada que quem assiste sai tendo o que pensar dali. Na sexta temporada os atores fazem uma retrospectiva, uma comparação do sucesso da peça hoje, esclarecem a maturidade do espetáculo, dos personagens, do elenco quanto atores e o quanto estão se aprofundando mais com seus personagens. “Está tudo com uma força maior, a comédia sempre dar espaço para abrir discussões, só consigo trabalhar com histórias de inicio, meio e fim”. (Claudio Simões).

Desvendando e descrevendo a comédia, falam da alegria, do entretenimento, da transformação, do tempo da comédia que deixa aberto para que possamos pensar e sair rindo. Esclarecem que a comédia tem a possibilidade de transmitir situações, momentos e atingir um público que talvez ainda tenha uma resistência com o drama no teatro. Na comédia você consegue passar determinadas mensagens, que pode não esclarece r se estiver transmitindo de uma forma tão didática e rígida que o drama tem. A peça “Vingança, vingança, vingança” propaga isso, atinge um público que pode até não entender o que está por baixo das camadas existentes de um texto cômico. Mas, pode se perguntar “o que está acontecendo com aquela família? Que situação terrível desses irmãos!”.

É um espetáculo alternativo, inovador, ousado e com tantos atributos e dificuldades os três: Claudio, Paula e Bubba conseguiram montar do jeito desejado e fazer sair perfeito. Foi onde não esperavam as indicações do Prêmio Coopene de Ator Coadjuvante e Melhor espetáculo, trabalhando a peça toda com diálogo ao telefone e com um personagem que fala cinco palavras a peça inteira... “a gente é produto de qualidade, eu gosto de fazer comédia, de trabalhar com comédia, e nada impede que se reflita o que está acontecendo”.(Claudio Simões).

18.10.2005.




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